No PodCast realizado pela Bons de Briga no dia 02 de outubro, a convidada foi Giorgia Bin Bochenek, advogada e presidente da Associação Comercial Industrial de Ponta Grossa (ACIPG).
Na conversa com Guilherme Dias, inúmeras ideias foram debatidas, sobretudo em torno do tema central: Mulheres na Liderança.
Em um mundo em que ainda existe desigualdade salarial entre os gêneros, é fundamental discutir qual a posição das mulheres em espaços de poder.
Historicamente, a sociedade negligenciou o potencial das mulheres, criando um estigma de que elas são menos produtivas (especialmente pelo fato de serem mães).
Inúmeras mulheres já abriram mão de construírem famílias para ter uma carreira sólida.
Contudo, essa realidade está mudando, felizmente.
Foram muitas lutas para que as mulheres conquistassem maiores direitos civis e, como afirma Giorgia, esse enfrentamento deve continuar: “não se trata de qual gênero é o melhor, mas é uma questão de igualdade, pois nós mulheres também somos competentes”.
Seja em qualquer lugar: política, associação de bairros, associações empresariais, as mulheres devem se empoderar: “não adianta só reclamar, mas é tomar para si o poder, colocar-se à frente de órgãos que já existem e ter sua voz ativa na nossa cidade, essa é a nossa responsabilidade”, afirma Giorgia.
Guilherme Dias fez a provocação “no meu negócio, não é relevante qual é o gênero, mas sim quais as competências e quais as pretensões que a pessoa tem”. Contudo, o Bom de Briga não descarta que a desigualdade de gênero existe em outros espaços.
Ao ser indagada sobre a importância da união entre as mulheres para buscarem mais oportunidades, Giorgia afirma: “a concorrência entre mulheres até existe, mas é um fator cultural. Quando se tem uma filha, o principal presente é uma boneca, para ensinar as mulheres a serem donas de casa. Em histórias infantis, a princesa sempre está numa posição de fragilidade e o príncipe é quem a salva”.
O principal problema, segundo Giorgia, é que “nós mulheres também somos machistas, é o que nos impõem desde quando somos crianças. Não se trata de levantar bandeiras, mas de entender como as coisas acontecem. […] Um homem não precisa estar sempre bonito para ser respeitado, mas a exigência para as mulheres é sempre muito maior, a mulher não pode aparecer em público desajeitada. A mulher tem que ser bonita, arrumada, boa mãe”.
Falta unidade entre as mulheres, mas o principal problema é porque as mulheres ainda herdaram uma cultura machista. Por que isso acontece? É preciso se libertar desses estigmas.
Esse movimento de modificações está acontecendo.
A história com certeza está mudando.
Giorgia afirma que sua posição também pode ser importante para mostrar que cada vez mais mulheres são capazes de estarem em cargos de liderança “como presidente do que elas quiserem, basta elas quererem”, afirma a advogada.
Outra questão importante que atinge a mulher é a questão da falta de respeito. O assédio moral e sexual ainda é uma realidade. Muitas vezes, as mulheres para serem ouvidas em espaços de poder precisam ser muito mais enérgicas, e correm o risco de serem mal vistas, como “loucas” e “histéricas”. Para os homens, essa não é realmente uma preocupação.
Tanto homens, quanto mulheres, têm muito a contribuir para a sociedade, especialmente pela diversidade de habilidades.
Pelo negligenciamento das mulheres nos espaços de poder, estas podem ser imaturas no meio empresarial, justamente porque precisam “correr atrás” do tempo perdido.
O fundamental é não se perder tempo, como disse Giorgia. É fundamental uma pró-atividade das mulheres para que a realidade mude cada vez mais.