Qual é a melhor maneira de lidar com uma peça de roupa ou acessório indesejado?
Os consumidores têm opções, desde presentear novamente até simplesmente se arrepender da compra, mas, na maioria das vezes, optam por devolver o item.
E os varejistas?
Bem, não há muitas opções quando se trata de devoluções, além de simplesmente aceitar.
No entanto, isso tem um custo, não apenas para o varejista, mas também para o meio ambiente. De acordo com pesquisas citadas pelo The New Yorker, só nos EUA, o valor anual de mercadorias devolvidas está se aproximando constantemente de 1 trilhão de dólares.
Tasha Reasor, vice-presidente de marketing da Loop Returns, pontua que isso afeta especialmente as marcas de moda, que enfrentam práticas como o “bracketing”, a prática de comprar vários itens com a intenção de ficar apenas com o preferido e devolver o restante. Outro ponto é que apesar dos esforços dos varejistas online para transmitir tamanho e cor, ainda é difícil saber se uma peça de vestuário se ajusta sem provar.
Segundo Brian Ehrig, sócio da prática de consumidores da Kearney e coautor do Circular Fashion Index (CFX) de 2023 da empresa, dependendo da categoria e da marca, as taxas de devolução variam de 15% a 50% e se tornam um processo complexo e custoso para as marcas: “Na moda, eles precisam avaliar a condição de cada item que é devolvido e determinar se ele pode ser colocado de volta em estoque, se precisa de limpeza, reparo, ou se está com defeito e precisa de uma solução alternativa, como destruição, doação ou venda no mercado de usados ou revenda”.
Mas, uma vez estabelecido que o impacto ambiental das devoluções de moda é significativo, a pergunta real que poderia eventualmente levar os varejistas a encontrar soluções é: Os consumidores se importam?
De acordo com a Loop Returns, a resposta é SIM!
O relatório mais recente da empresa observou que cerca de 49% dos compradores pesquisados consideraram opções de devolução ecologicamente corretas, embalagens de devolução sustentáveis ou reutilizáveis e opções de pedidos neutros em carbono como fatores importantes na decisão de fazer uma compra online. Esta conclusão engloba principalmente os compradores mais jovens. Cerca de 1 em cada 3 compradores da Geração Z e Millennials se preocupa com opções de devolução ecologicamente corretas ao comprar online.
Embora muitas marcas estejam cientes da afinidade das gerações mais jovens por opções ecologicamente conscientes, as estratégias que podem ser usadas para abordar o problema são um tanto limitadas. A prática de destruir produtos, à qual alguns varejistas recorreram no passado, se tornou “insustentável… e, na verdade, ilegal em alguns países”.
Neste panorama, ações como a reciclagem, criativa, aluguel de roupas e revenda são boas maneiras de lidar com devoluções. Para isso, tornar mais fácil para os consumidores devolverem roupas e sapatos bem cuidados às marcas e varejistas de onde vieram é fundamental. A melhor opção seria simplesmente reduzir o número de devoluções. Para isso, deve-se investir em garantias que os compradores recebam o item certo da primeira vez, pois, a imprecisão no tamanho e descrições contribuem para que os compradores adquiram vários itens e devolvam os que não servem.