Nem todas as empresas estão no mesmo ponto quando se trata de presença digital. Algumas ainda comemoram cada novo seguidor, enquanto outras já calculam retorno sobre investimento e sabem quanto cada cliente gera ao longo da vida. Essa diferença não é acaso: reflete o nível de maturidade digital que cada negócio alcançou.
A maturidade digital funciona como uma jornada evolutiva em quatro estágios. Cada nível tem seus próprios indicadores, que mostram se a empresa ainda está construindo reputação, já aprendeu a se comunicar, começou a converter em vendas ou chegou à sustentabilidade de longo prazo.
Estágio 1: Indicadores de reputação
O primeiro nível de maturidade digital é marcado pelo foco em métricas de vaidade. Empresas nesse estágio dão mais atenção a:
- Número de seguidores;
- Curtidas e comentários;
- Visualizações e alcance bruto.
Esses indicadores são úteis para mostrar visibilidade inicial, mas têm pouca relação direta com vendas ou crescimento.
Exemplo: uma marca que comemora alcançar 100 mil seguidores no Instagram, mas ainda não sabe qual porcentagem desse público visita seu site ou gera receita.
O desafio aqui é mostrar que reputação é apenas o começo, não o destino.
Estágio 2: Indicadores de comunicação
No segundo estágio, o olhar passa a ser sobre a qualidade da interação. Não basta ser visto, é preciso manter a atenção e construir relacionamento. As métricas-chave são:
- Taxa de retenção em vídeos ou lives;
- Cliques em links e CTAs;
- Sessões no site e profundidade de navegação;
- Saudabilidade da audiência (menos seguidores fantasmas, mais engajamento real).
Exemplo: um e-commerce que mede não só o número de curtidas, mas também quantos cliques foram gerados no botão “comprar agora” a partir de um post.
Aqui começa a jornada de mostrar valor além da visibilidade, educando sobre a importância de métricas que refletem intenção real.
Estágio 3: Indicadores de vendas
Neste ponto, o digital deixa de ser apenas vitrine para se tornar canal de negócio. O foco está em indicadores diretamente ligados à geração de receita:
- Leads captados;
- Conversões em landing pages;
- Faturamento digital;
- CAC (Custo de Aquisição de Cliente).
Exemplo: uma empresa que já entende quanto investe em mídia paga por lead gerado e compara isso com o faturamento trazido por cada campanha.
O desafio é alinhar expectativas: mostrar que nem todo clique gera venda imediata e que o papel do marketing é nutrir e conduzir a jornada até a conversão.
Estágio 4: Indicadores de sustentabilidade do negócio
O nível mais alto da maturidade digital não olha apenas para vendas, mas para a saúde do negócio no longo prazo. Os principais indicadores são:
- Rentabilidade digital;
- Receita recorrente;
- LTV (Lifetime Value, ou valor do cliente ao longo do tempo);
- NPS (Net Promoter Score, indicador de satisfação e lealdade).
Exemplo: uma empresa SaaS que acompanha o LTV dos clientes em diferentes planos e compara com o CAC para entender se o modelo é sustentável.
Aqui, marketing e gestão caminham juntos. O digital é visto não só como canal de vendas, mas como motor de crescimento previsível.
Compreender o estágio de maturidade digital de uma empresa é essencial para definir prioridades e expectativas realistas.
- No início, a atenção está em visibilidade e reputação.
- Depois, a preocupação passa a ser a qualidade da comunicação.
- Em seguida, o foco se volta para vendas e retorno direto.
- No estágio mais avançado, o digital sustenta o crescimento previsível e saudável do negócio.
O papel do marketing é guiar essa evolução de forma estratégica. Mais do que entregar números isolados, é mostrar a cada empresa onde ela está e quais são os próximos passos para avançar na jornada digital.