Você já parou para pensar por que alguns conteúdos grudam na sua cabeça e outros somem da memória em segundos?
Talvez o motivo não esteja só no assunto, mas em como ele foi contado.
Se você representa uma marca, seja ela pequena, média ou gigante, está na hora de prestar atenção nisso. Porque se comunicar bem já não é mais um diferencial. É o básico. E, em 2025, quem não domina o jogo da atenção está fora do jogo do crescimento.
É aqui que entra o infotenimento: uma das abordagens mais poderosas (e subestimadas) do marketing digital atual. Ao longo deste artigo, você vai entender o que ele é, como pode impactar diretamente a performance do seu site, por que está bombando nas redes sociais, quais marcas brasileiras fazem isso como ninguém e, claro, como aplicar na prática. Tudo com exemplos, dicas reais e um convite à reflexão.
O que é infotenimento (de verdade)
A palavra “infotenimento” vem da junção de informação + entretenimento. Mas não se engane: não é só colocar um meme no seu post e sair achando que está “divertido”.
Infotenimento é uma abordagem estratégica de conteúdo que usa elementos de entretenimento para tornar a informação mais acessível, envolvente e memorável.
Ele pode aparecer em diferentes formas:
- Uma analogia visual que explica um conceito complexo com um toque de humor;
- Um vídeo com narrativa envolvente, mas embasada em dados reais;
- Um post no Instagram que ensina algo útil, com visual leve e linguagem direta;
- Um blog post (como este) que informa sem ser cansativo.
É o oposto da linguagem dura, técnica, cheia de jargões e distante. E ao mesmo tempo, também não é vazio, raso ou sensacionalista. O infotenimento exige equilíbrio. E quando bem feito, ele faz o que toda marca quer: ensinar, engajar e converter.
Por que sua marca precisa dele (ontem)
Sabe aquele conteúdo que você postou no blog e teve uma taxa de rejeição altíssima? Aquele vídeo que ninguém viu até o fim? Aquela página institucional do seu site que ninguém explora?
Provavelmente, faltou infotenimento.
Vivemos na era do excesso: de informação, de estímulos, de promessas. Se a sua marca não conseguir prender a atenção nos primeiros segundos, ela simplesmente desaparece da mente (e da tela) do público.
O infotenimento atua justamente nisso:
- Reduz a rejeição no site: conteúdos mais envolventes fazem com que o visitante permaneça mais tempo na página, explore outros links e aumente a taxa de permanência, que é um indicador direto de relevância.
- Melhora o entendimento da mensagem: quando você traduz uma ideia complexa em um formato leve, a absorção é maior. Isso é ciência cognitiva, não só intuição.
- Fortalece a imagem da marca: marcas que sabem ensinar com leveza são percebidas como mais confiáveis, humanas e modernas.
- Potencializa o alcance orgânico: conteúdos infinitivos tendem a ser mais compartilhados, curtidos e salvos. E isso, claro, gera alcance sem precisar turbinar tudo com mídia paga.
Infotenimento nas redes sociais: o que funciona em 2025
Se o infotenimento já era importante antes, agora virou praticamente obrigatório. Isso porque os algoritmos das redes sociais estão cada vez mais afinados com o comportamento humano. Ou seja: se um conteúdo é ignorado, o algoritmo para de mostrá-lo. Simples assim.
E o que faz as pessoas pararem o scroll?
- Curiosidade;
- Identificação;
- Humor inteligente;
- História bem contada;
- Aprendizado útil e rápido.
Por isso, os formatos que mais funcionam hoje são:
1. Reels com roteiro narrativo
Dá para ensinar, entreter e vender em 30 segundos? Sim. Com roteiro, ritmo e um bom gancho. Marcas que usam storytelling + informação rápida + final surpreendente têm melhores taxas de retenção.
2. Carrosséis com pegada de mini-aula
Estruture como se fosse um curso rápido: título forte, tópicos claros, visual limpo. Carrosséis ainda funcionam, desde que entreguem valor real. Um bom exemplo: “5 erros que sua empresa está cometendo no atendimento online (e como corrigir)”.
3. Memes com dados
O meme atrai. O dado entrega valor. Essa mistura é poderosa quando bem executada. Exemplo: uma imagem engraçada sobre reuniões inúteis + um dado sobre perda de produtividade no Brasil.
4. Listas e mini-tutoriais
Formatos “como fazer”, “checklists” e “passo a passo” têm alto potencial de salvamento. E quanto mais um post é salvo, mais o algoritmo entende que ele é valioso.
5. Vídeos dublados com contexto educativo
Sim, ainda funciona, se bem contextualizado. Um vídeo dublado de humor pode abrir espaço para um insight real nos comentários ou na legenda. É conteúdo leve que abre portas para conversa séria.
Marcas que dominam o infotenimento no Brasil
Não são só os influenciadores que fazem isso bem. Algumas marcas brasileiras estão na vanguarda do infotenimento:
Nubank
Explica termos financeiros complexos com linguagem simples, visual minimalista e uma pegada de “amiga que te ensina sem te julgar”.
Me poupe!
Mistura humor, sátira e storytelling para falar de finanças pessoais — e consegue fazer isso com profundidade e engajamento.
Petlove
Aborda o cuidado com pets de forma empática, didática e visualmente afetuosa. Mistura conteúdo técnico com emoção de forma leve.
Boticário
Além da estética refinada, a marca traz campanhas que unem representatividade, emoção e conteúdo — quase como pequenas webséries.
Enjoei
Texto com personalidade, linguagem informal e identidade forte. Tudo no site é infotenimento: das descrições de produto aos banners promocionais.
Essas marcas têm em comum uma coisa: entenderam que conteúdo de verdade não é sobre falar bonito, é sobre ser entendido e lembrado.
5 formatos de infotenimento que sua marca pode aplicar agora
- Checklist visual para o Instagram;
Exemplo: “Checklist para revisar sua bio e não perder cliques”. - Reels com ‘mitos e verdades’ do seu mercado;
Misture perguntas provocativas, dados reais e uma linguagem leve. - E-mail marketing em formato de história curta;
Ao invés de um CTA seco, conte um caso real ou fictício que leve à ação. - Carrossel com “aula de bolso”;
Ensine um conceito com começo, meio e fim. Cada slide resolve uma micro dúvida. - Post colaborativo com um criador de conteúdo;
Traga alguém do seu nicho para ensinar algo junto com a marca. Valor + alcance.
E por fim, uma mudança de mentalidade
Infotenimento não é só um formato de conteúdo. É uma forma de pensar comunicação.
É sair do piloto automático do “conteúdo para vender” e entrar no território do “conteúdo para engajar, ensinar, entreter e aí sim, vender com relevância”.
Empresas que entendem isso constroem audiência, não só campanhas. Criam comunidade, não só cliques. E, principalmente, aprendem a conversar com as pessoas antes de tentar convencê-las.
Talvez o que esteja faltando na sua estratégia não seja mais um anúncio, mas um bom motivo para o seu público querer ouvir o que você tem a dizer.