Basta abrir qualquer rede social para perceber: tem sempre uma trend nova acontecendo. Um áudio que viralizou. Um corte de podcast que virou piada. Uma coreografia, um filtro, um formato. O tempo todo, algo ganha força, e, logo em seguida, desaparece ou vira meme de si mesmo.
Para as marcas, isso pode parecer um convite constante: “entre agora, ou fique pra trás”. Só que, no fundo, o que as trends mais escancaradas mostram é algo bem mais profundo do que um efeito passageiro.
Sim, o algoritmo está falando. E ele está dizendo o que as pessoas querem ver. Mais do que isso: está dizendo como elas querem ver. E é aí que começa o verdadeiro valor estratégico das tendências.
Elas não servem só para entreter. Elas são pistas. Termômetro do momento. Reflexo das expectativas, dos humores e até das angústias do público.
É só observar com calma: quando um áudio viraliza falando sobre esgotamento, o que está sendo compartilhado é um sentimento coletivo. Quando todo mundo se identifica com o meme do “deu tudo errado mas a gente finge que tá tudo bem”, tem algo maior por trás: a busca por leveza no caos. Quando um formato ganha tração, ele não viraliza por acaso. Ele encaixa. Ele ressoa.
Entender uma trend é mais do que segui-la. É ler o momento.
Mas atenção: nem toda trend é pra sua marca
Vamos falar sério? Nem toda trend merece sua atenção. E menos ainda o seu esforço criativo.
Tem marca que entra em tudo: áudio engraçado, meme do momento, hashtag do dia. O resultado? Um feed cheio de barulho, mas sem voz própria. Sem direção, sem coerência.
Aqui vai uma verdade que vale ouro: trend boa é a que faz sentido para a sua marca.
Se não conversa com seu público, se não reforça seu posicionamento, se não tem a ver com o que você vende ou com os valores que você defende… talvez seja melhor deixar passar.
É fácil cair na armadilha do “todo mundo tá fazendo”, mas a coerência constrói muito mais do que presença por impulso. Quando tudo parece igual, quem se posiciona com clareza ganha destaque.
Trend, meme ou ruído?
Entre seguir o fluxo e ignorar tudo, existe um caminho mais estratégico: saber escolher o que faz sentido pra você.
Uma pergunta simples ajuda bastante: essa trend ajuda minha marca a se comunicar melhor com quem eu quero atingir?
Se a resposta for sim, ótimo. Adapte, personalize, crie algo que tenha a sua cara. Se for não, respire tranquilo e siga em frente. Nem toda oportunidade é uma boa ideia.
Tenha em mente que nem tudo o que é viral é valioso. Alguns formatos podem até gerar engajamento rápido, mas não constroem percepção de marca, não geram conexão real e não contribuem para os seus objetivos.
Ou seja: se for usar uma trend, que ela seja ferramenta, e não uma distração.
E se você estiver cansado de performar?
Essa sensação é mais comum do que parece. Tem marca que parece estar o tempo todo dançando pra chamar atenção, se moldando ao algoritmo como se não existisse outra opção. Mas existe.
Nem tudo precisa ser trend. Marketing digital também funciona fora do hype.
Você pode (e deve) criar conteúdo atemporal, relevante, educativo, estratégico. Pode trabalhar com autoridade, consistência e visão de longo prazo. Pode construir algo que dure, e que não dependa da próxima modinha para funcionar.
No fim das contas, as trends não são o vilão. Mas também não são o único caminho. Elas são parte do jogo, e, como todo jogo, exigem leitura de cenário, estratégia e escolhas conscientes. Porque mais importante do que entrar em todas as conversas é saber exatamente quando vale a pena falar, e o que você realmente tem a dizer.