As previsões da Gartner destacam uma transformação significativa na forma como as marcas interagem com seu público até 2028, gerando novas tendências de marketing digital. A inteligência artificial (IA) está reformulando estratégias, canais e valores essenciais no marketing. Neste artigo, exploramos os principais mandatos dessa nova era e analisamos seus impactos em diversos setores, desde conteúdo e engajamento até fidelidade e operações.
Visão geral das previsões da Gartner
Segundo a Gartner, até 2025, já se observam movimentos claros da IA no marketing. Mas é entre 2026 e 2028 que as mudanças se intensificam:
Até 2026: mais de um terço do conteúdo da web será criado exclusivamente para consumo por IA e mecanismos de busca.
Até 2027: o uso de apps móveis cairá 25% à medida que o público migrar para assistentes de IA.
Até 2028:
- 30% dos orçamentos pagos em redes sociais migrarão para canais baseados em assinaturas.
A coleta de dados do cliente será predominantemente via interações automatizadas (85% via agentes de IA). - 50% das empresas B2C abandonarão preços dinâmicos para reforçar confiança e diferenciação.
- 70% dos orçamentos de marketing passarão a ser investidos em canais offline devido ao movimento de “detox digital”.
Essas tendências indicam que o marketing será cada vez mais mediado por IA, não apenas na forma de entrega, mas também no entendimento e gestão do consumidor.
Impactos nas diferentes frentes do marketing
1. Conteúdo e descoberta — IA como público
Quando mais de 30% do conteúdo da web for pensado exclusivamente para consumo por IA, marcas precisarão criar material que seja estruturado, interpretável e confiável, em vez de apenas focado no ranking tradicional. Isso exigirá formato otimizado para modelos de linguagem, metadados claros e sinalização de autoridade.
2. Canais e engajamento — Assistentes dominando a experiência
A queda de 25% no uso de apps móveis reflete a ascensão dos assistentes de IA como intermediários de interação. Para se manterem relevantes, marcas terão que:
Investir em integração com assistentes de voz e chat inteligente.
Tornar suas mensagens conversacionais, contextuais e acessíveis através de comandos de voz ou texto simplificados.
3. Monetização e canais pagos — Saída das redes sociais?
Com 30% dos orçamentos pagos deslocando-se para canais por assinatura, as redes sociais sob demanda e paywalls ganham relevância. As marcas devem explorar:
Comunidades exclusivas baseadas em assinatura.
Experiências premium com valor percebido diretamente pelos usuários.
4. Dados e automação — Agentes da nova coleta
A previsão de que 85% dos dados de clientes virão de interações automatizadas por agentes de IA sinaliza a necessidade de:
Implementar fluxos de automação inteligentes que gerem dados ricos e contextualizados.
Garantir base de dados integrada, atualizada e confiável, especialmente crítico conforme destacam estudos sobre adoção de agentes de IA
5. Confiança, ética e precificação — Valor além do algoritmo
O abandono dos modelos de preço dinâmico por metade das empresas B2C sugere um reposicionamento ético das marcas. Transparência e previsibilidade se tornam diferenciais competitivos para consumidores desconfiados de práticas automatizadas.
6. Detox digital — Reforço no offline como estratégia
O fato de 70% dos orçamentos de marketing migrarem para canais offline em resposta ao detox digital revela uma oportunidade: recorrer ao tangível, eventos, lojas físicas, experiências presenciais, para resgatar conexão humana e saturação digital reduzida.
Tendências que se destacam
- Personalização com IA e assistentes
Interações cada vez mais customizadas por agentes conversacionais. - Segmentação híbrida
Combinação entre conteúdo automatizado e experiências offline. - Inovação operacional
Agentes de IA substituem tarefas repetitivas, liberando recursos para estratégias criativas. - Construção de confiança
Transparência no uso de IA e precificação alinhada com ética se tornam elementos de valor. - Eficiência por dados de qualidade
Dados integrados, precisos e governados são o combustível dos agentes de IA.
O futuro do marketing digital até 2028 será moldado por uma relação híbrida, entre automação e conexão humana, entre engajamento digital intenso e respiros offline. As marcas que prosperarem serão aquelas que entenderem essa dualidade, adaptarem suas estratégias de conteúdo, canais, dados e ética, e abraçarem o poder da IA sem perder o toque humano. Em um mundo em que a presença digital evolui para ser conversada, personalizada e ética, o verdadeiro diferencial será saber equilibrar tecnologia e confiança.